15 de julho de 2012

FORUM DO BASQUETEBOL DISTRITAL


Decorreu no passado sábado no Pav. dos Olivais, o Forum do Basquetebol Distrital, um espaço dedicado ao debate entre os vários agentes da modalidade de todo o distrito, promovido pela Associação de Basquetebol de Coimbra. Estiveram presentes treinadores e dirigentes, da Ass. Académica de Coimbra, Academia do Basquetebol, CAD- Associação Coimbra Basquete, Ginásio Figueirense, Lousanense, Olivais, Sampaense e Sporting Figueirense. Compareceu também o conselho de arbitragem distrital. Da Associação de Basquetebol estiveram presentes os vice-presidentes Alberto Malafaia Teixeira, Carlos Machado, António Henriques, e a directora técnica Isabel Lemos.
O debate foi muito participado e registaram-se as conclusões/informações que abaixo se transcrevem.

1.       BREVE DIAGNÓSTICO SOBRE AS SELECÇÕES DISTRITAIS
A directora técnica fez um breve balanço relativo aos grupos de jovens que integraram as selecções distritais, ao trabalho realizado, ao nível dos atletas e às dificuldades e pontos positivos encontrados na competição nacional, principalmente no confronto com os melhores. Os treinadores das selecções presentes contribuíram com algumas informações mais específicas.
Sub-14 femininos: Grupos de nível próximo aos melhores do país, as diferenças notadas devem-se a menor capacidade técnica de todo o grupo no geral e pouco hábito de trabalho da defesa pressionante em todo o campo. Os treinadores da selecção, apostaram no treino de lançamento, privilegiando a correcção técnica e o volume de treino, dando indicações para utilização do lançamento em treino, sempre que a jogadora tem o cesto ao alcance. Os resultados foram positivos, tendo as atletas mostrado evolução na utilização do lançamento em competição.
Assim, deixou-se a sugestão para que em cada clube sejam privilegiados, no planeamento da época, o treino de lançamento e a defesa pressionante em todo o campo.
Sub-14 masculinos: Grupo de nível inferior ao das melhores associações e aos grupos que a própria ABC tem tido nos últimos anos, ao nível da estrutura física, capacidades físicas, técnica individual e capacidade de interpretação das situações de jogo. O factor positivo determinante neste grupo foi a atitude que os atletas mostraram, tendo reagido muito positivamente a situações difíceis de competição com grandes diferenças pontuais. Os atletas nunca baixaram os braços e procuraram sempre ultrapassar as dificuldades que foram enfrentando em cada momento de jogo.  Nas recomendações aos clubes ficou referido que seria muito importante incidir maior volume de treino no trabalho da técnica e dos fundamentos, evitando fixar jogadores sempre nas mesmas posições ou sempre a realizar as mesmas tarefas no jogo. Seria também muito bom que se conseguisse ao nível da captação atrair para a modalidade atletas com um perfil corporal que indicie possibilidade de crescimento a um nível interessante e superior à média.
Sub-16 femininos: A equipa esteve bastante bem em competição, embora não estivesse ao nível das melhores do país, fruto de uma excelente atitude competitiva, de elevada coesão do grupo, de um nível elevado de pressão defensiva e boas iniciativas individuais em ataque. Contudo, neste escalão, salientou-se o factor lançamento como determinante pela negativa, e verificou-se ser insuficiente, o nível de compreensão de tarefas diferenciadas no jogo colectivo.
Nas recomendações ao trabalho entendemos ser fundamental o aumento de volume de treino de lançamento e a observação dos melhores atletas em contexto de selecção distrital ou nacional, de forma a melhor adequar as condições de treino para que lhes tragam desafios e promovam aprendizagens adequadas ao nível de exigência e potencial.
Sub-16 masculinos: Talvez um dos melhores grupos de sempre, na comparação com as selecções das melhores associações do país. Jogadores com características físicas bastante interessantes, com capacidade técnica e de compreensão do jogo bastante muito boas para o escalão. O grupo teve comportamento excepcional, em termos disciplinares e de atitude, quer ao longo do ano quer em competição. Nos pontos débeis, registou-se a falta de competição, visível no desequilíbrio verificado na prova distrital, que leva os atletas a criar hábitos de jogo inadequados quando competem entre os melhores. Ficou a sugestão de integrar, sempre que possível, estes atletas em treinos e/ou competição com o escalão acima.
Todos os treinadores das selecções referiram a importância de manter uma boa comunicação com os seus colegas que estão nos clubes e manifestaram o desejo de que estes venham assistir às acções, sempre que possível, dialogando abertamente sobre qualquer questão que considerem pertinente e que participem nas reuniões e formações que enquadram este trabalho com os atletas mais aptos ou de maior potencial. Igualmente os clubes presentes manifestaram interesse em que os seleccionadores sejam observadores mais assíduos, quer em treinos quer em competições. Ficou a sugestão para que todos os que possam, assistam à Festa do Basquetebol Juvenil, momento em que se encontram para competir os melhores atletas de todas as regiões do país, sendo uma ocasião excelente para avaliarmos o nosso trabalho e termos uma perspectiva global do basquetebol nestes escalões etários.

2.       QUESTÕES COLOCADAS PELOS CLUBES
No ponto aberto à intervenção dos clubes, ficou a ideia da necessidade premente de ser resolvida a situação da utilização dos pavilhões escolares pelos clubes que trabalham com escalões de formação. As taxas actualmente em vigor para esta utilização são um dos factores determinantes na diminuição do número de equipas e de tempo de treino por equipa, afectando principalmente os clubes das principais cidades do distrito. No contexto em que a educação física e o desporto escolar estão debilitados, a oferta desportiva para os jovens está quase exclusivamente nas mãos dos clubes mas estes vêm-se na obrigação de não aceitar mais jovens ou diminuir o tempo semanal de actividade por não terem forma de fazer face às despesas com espaços desportivos.
Os aumentos de taxas impostos pela Federação, e a falta de apoio directo aos clubes que se dedicam a receber e treinar crianças e jovens, num contexto em que muitas famílias estão com grandes dificuldades em contribuir com uma parte das despesas que implica a participação em actividade desportiva, tornam a actividade mais reduzida e mais difícil de sustentar. Esta questão foi também referida no que diz respeito ao enquadramento humano, com uma taxa de 48 euros para inscrição, a Federação afastou dos bancos de várias equipas, pessoas válidas que colaboram voluntariamente com o clube durante todo o ano, tornando um privilégio exclusivo de poucos a inscrição.

3.       ANÁLISE DE INDICADORES DE DESENVOLVIMENTO
Finalmente foi feita uma análise dos indicadores de desenvolvimento da modalidade na região destacando-se a capacidade dos clubes de manterem, na maioria dos escalões, o mesmo número de atletas e treinadores em actividade, maugrado todas as dificuldades apontadas, principalmente em relação à última época desportiva. As selecções distritais conseguiram manter-se no nível competitivo das melhores associações do país, em todos os escalões e o distrito continua a contribuir com vários atletas para as selecções nacionais de jovens.
Alguns indicadores de qualidade apontam para uma quebra no nível competitivo comparativo das equipas dos clubes nas competições nacionais e uma redução preocupante de número de atletas ao nível dos escalões de sub-12 e sub-14 masculino. O aparecimento de alguns novos clubes abre uma boa perspectiva para o distrito, se a sua capacidade de crescimento não ficar comprometida pelos factores adversos que referimos.
O baixo número de equipas a competir em cada escalão, e especialmente no sector feminino, foram também preocupações neste fórum, que ponderou a integração de equipas de outras associações na competição distrital e procurou encontrar formas de assegurar às melhores, a participação nos campeonatos nacionais, mesmo na circunstância em que existam poucas equipas, pois a sua qualidade tem justificado essa participação.

4.       QUESTÕES A CONSIDERAR PARA A PRÓXIMA ÉPOCA
O Olivais (masculinos) apresentou uma proposta para que na competição distrital voltem a existir as fases finais concentradas e que as vagas para as competições nacionais sejam atribuídas apenas tendo em conta os resultados dessas fases finais.
Vários participantes se pronunciaram relativamente a esta questão, não havendo grande concordância quanto à proposta.
Foi feita a sugestão para que no blog da Associação de Basquetebol de Coimbra constem os resultados dos vários jogos disputados em cada fim-de-semana, assim que esses mesmos resultados cheguem à secretaria.