Decorreu
no passado sábado no Pav. dos Olivais, o Forum do Basquetebol Distrital, um
espaço dedicado ao debate entre os vários agentes da modalidade de todo o
distrito, promovido pela Associação de Basquetebol de Coimbra. Estiveram
presentes treinadores e dirigentes, da Ass. Académica de Coimbra, Academia do Basquetebol,
CAD- Associação Coimbra Basquete, Ginásio Figueirense, Lousanense, Olivais,
Sampaense e Sporting Figueirense. Compareceu também o conselho de arbitragem
distrital. Da Associação de Basquetebol estiveram presentes os vice-presidentes
Alberto Malafaia Teixeira, Carlos Machado, António Henriques, e a directora técnica Isabel Lemos.
O
debate foi muito participado e registaram-se as conclusões/informações que
abaixo se transcrevem.
1.
BREVE DIAGNÓSTICO SOBRE AS SELECÇÕES DISTRITAIS
A directora técnica fez um breve balanço relativo aos grupos
de jovens que integraram as selecções distritais, ao trabalho realizado, ao
nível dos atletas e às dificuldades e pontos positivos encontrados na
competição nacional, principalmente no confronto com os melhores. Os
treinadores das selecções presentes contribuíram com algumas informações mais
específicas.
Sub-14 femininos: Grupos de nível próximo aos melhores do
país, as diferenças notadas devem-se a menor capacidade técnica de todo o grupo
no geral e pouco hábito de trabalho da defesa pressionante em todo o campo. Os
treinadores da selecção, apostaram no treino de lançamento, privilegiando a
correcção técnica e o volume de treino, dando indicações para utilização do
lançamento em treino, sempre que a jogadora tem o cesto ao alcance. Os resultados
foram positivos, tendo as atletas mostrado evolução na utilização do lançamento
em competição.
Assim, deixou-se a sugestão para que em cada clube sejam
privilegiados, no planeamento da época, o treino de lançamento e a defesa
pressionante em todo o campo.
Sub-14 masculinos: Grupo de nível inferior ao das melhores
associações e aos grupos que a própria ABC tem tido nos últimos anos, ao nível
da estrutura física, capacidades físicas, técnica individual e capacidade de
interpretação das situações de jogo. O factor positivo determinante neste grupo
foi a atitude que os atletas mostraram, tendo reagido muito positivamente a
situações difíceis de competição com grandes diferenças pontuais. Os atletas
nunca baixaram os braços e procuraram sempre ultrapassar as dificuldades que
foram enfrentando em cada momento de jogo.
Nas recomendações aos clubes ficou referido que seria muito importante
incidir maior volume de treino no trabalho da técnica e dos fundamentos, evitando
fixar jogadores sempre nas mesmas posições ou sempre a realizar as mesmas
tarefas no jogo. Seria também muito bom que se conseguisse ao nível da captação
atrair para a modalidade atletas com um perfil corporal que indicie
possibilidade de crescimento a um nível interessante e superior à média.
Sub-16 femininos: A equipa esteve bastante bem em competição,
embora não estivesse ao nível das melhores do país, fruto de uma excelente
atitude competitiva, de elevada coesão do grupo, de um nível elevado de pressão
defensiva e boas iniciativas individuais em ataque. Contudo, neste escalão,
salientou-se o factor lançamento como determinante pela negativa, e
verificou-se ser insuficiente, o nível de compreensão de tarefas diferenciadas
no jogo colectivo.
Nas recomendações ao trabalho entendemos ser fundamental o
aumento de volume de treino de lançamento e a observação dos melhores atletas
em contexto de selecção distrital ou nacional, de forma a melhor adequar as
condições de treino para que lhes tragam desafios e promovam aprendizagens
adequadas ao nível de exigência e potencial.
Sub-16 masculinos: Talvez um dos melhores grupos de sempre, na
comparação com as selecções das melhores associações do país. Jogadores com
características físicas bastante interessantes, com capacidade técnica e de
compreensão do jogo bastante muito boas para o escalão. O grupo teve
comportamento excepcional, em termos disciplinares e de atitude, quer ao longo
do ano quer em competição. Nos pontos débeis, registou-se a falta de
competição, visível no desequilíbrio verificado na prova distrital, que leva os
atletas a criar hábitos de jogo inadequados quando competem entre os melhores.
Ficou a sugestão de integrar, sempre que possível, estes atletas em treinos
e/ou competição com o escalão acima.
Todos os treinadores das selecções referiram a importância de
manter uma boa comunicação com os seus colegas que estão nos clubes e
manifestaram o desejo de que estes venham assistir às acções, sempre que
possível, dialogando abertamente sobre qualquer questão que considerem
pertinente e que participem nas reuniões e formações que enquadram este
trabalho com os atletas mais aptos ou de maior potencial. Igualmente os clubes
presentes manifestaram interesse em que os seleccionadores sejam observadores
mais assíduos, quer em treinos quer em competições. Ficou a sugestão para que
todos os que possam, assistam à Festa do Basquetebol Juvenil, momento em que se
encontram para competir os melhores atletas de todas as regiões do país, sendo
uma ocasião excelente para avaliarmos o nosso trabalho e termos uma perspectiva
global do basquetebol nestes escalões etários.
2.
QUESTÕES COLOCADAS PELOS CLUBES
No ponto aberto à intervenção dos clubes, ficou a ideia da
necessidade premente de ser resolvida a situação da utilização dos pavilhões
escolares pelos clubes que trabalham com escalões de formação. As taxas
actualmente em vigor para esta utilização são um dos factores determinantes na
diminuição do número de equipas e de tempo de treino por equipa, afectando
principalmente os clubes das principais cidades do distrito. No contexto em que
a educação física e o desporto escolar estão debilitados, a oferta desportiva
para os jovens está quase exclusivamente nas mãos dos clubes mas estes vêm-se
na obrigação de não aceitar mais jovens ou diminuir o tempo semanal de
actividade por não terem forma de fazer face às despesas com espaços
desportivos.
Os aumentos de taxas impostos pela Federação, e a falta de
apoio directo aos clubes que se dedicam a receber e treinar crianças e jovens,
num contexto em que muitas famílias estão com grandes dificuldades em
contribuir com uma parte das despesas que implica a participação em actividade
desportiva, tornam a actividade mais reduzida e mais difícil de sustentar. Esta
questão foi também referida no que diz respeito ao enquadramento humano, com
uma taxa de 48 euros para inscrição, a Federação afastou dos bancos de várias
equipas, pessoas válidas que colaboram voluntariamente com o clube durante todo
o ano, tornando um privilégio exclusivo de poucos a inscrição.
3.
ANÁLISE DE INDICADORES DE DESENVOLVIMENTO
Finalmente foi feita uma análise dos indicadores de
desenvolvimento da modalidade na região destacando-se a capacidade dos clubes
de manterem, na maioria dos escalões, o mesmo número de atletas e treinadores
em actividade, maugrado todas as dificuldades apontadas, principalmente em
relação à última época desportiva. As selecções distritais conseguiram
manter-se no nível competitivo das melhores associações do país, em todos os
escalões e o distrito continua a contribuir com vários atletas para as
selecções nacionais de jovens.
Alguns indicadores de qualidade apontam para uma quebra no
nível competitivo comparativo das equipas dos clubes nas competições nacionais
e uma redução preocupante de número de atletas ao nível dos escalões de sub-12
e sub-14 masculino. O aparecimento de alguns novos clubes abre uma boa
perspectiva para o distrito, se a sua capacidade de crescimento não ficar
comprometida pelos factores adversos que referimos.
O baixo número de equipas a competir em cada escalão, e
especialmente no sector feminino, foram também preocupações neste fórum, que
ponderou a integração de equipas de outras associações na competição distrital
e procurou encontrar formas de assegurar às melhores, a participação nos
campeonatos nacionais, mesmo na circunstância em que existam poucas equipas,
pois a sua qualidade tem justificado essa participação.
4.
QUESTÕES A CONSIDERAR PARA A PRÓXIMA ÉPOCA
O Olivais (masculinos) apresentou uma proposta para que na
competição distrital voltem a existir as fases finais concentradas e que as
vagas para as competições nacionais sejam atribuídas apenas tendo em conta os
resultados dessas fases finais.
Vários participantes se pronunciaram relativamente a esta
questão, não havendo grande concordância quanto à proposta.
Foi
feita a sugestão para que no blog da Associação de Basquetebol de Coimbra
constem os resultados dos vários jogos disputados em cada fim-de-semana, assim
que esses mesmos resultados cheguem à secretaria.